Caminhávamos lado a lado sem sequer dirigir a palavra. Já tivéramos outras discussões, mas nenhum tão brava como esta. Mas não ia ser eu a dar parte fraca e pedir desculpa como sempre acontecia. Ele estava habituado a ser tudo à maneira dele e eu não posso deixar que isso continue.
Olhei pelo canto do olho para ele. Via perfeitamente na sua cara que estava amuado. Agia como se eu tivesse culpa de ter um aniversário de um familiar e não poder passar o dia de amanhã junto com ele... Se fosse um dia muito importante, como um aniversário, uma entrega de um prémio ou isso, eu arranjava maneira. Mas ele queria que eu faltasse ao aniversário do familiar só porque lhe apetece. Não, não podia ser.
Vi-o a olhar para mim e virei-lhe ainda mais as cara, meio a fazer beicinho. Sabia que lhe era impossível resistir ao meu beicinho.
A mão dele pegou na minha e, parando-me, abraçou-me. Sussurrou-me ao ouvido um desculpa. Da mesma forma que a zanga se formou, desapareceu.
Ele não é uma pessoa de expressar os seus sentimentos por palavras. Mas não faz mal. Ele mostra-os por actos, e actos é o que realmente importa.
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