sexta-feira, agosto 31, 2012

Promessas...




Prometi-me mil e uma vezes que ia mudar, que ia deixar de ser a mesma pessoa. Desde aquele fatídico dia que decidi que ser eu não valia a pena e só me traria problemas. Ia mudar, física e mentalmente. 
Fisicamente não correu como eu  desejara. Prometera-me que ia ser mais feminina. Que iria usar roupas mais justas e decotas, mais saias e vestidos, saltos altos. Iria provocá-lo. Iria fazê-lo ver o que perdera ao decidir fazer-me o que fizera. No entanto, nada disso aconteceu. Fui-me abaixo e procurei consolo na única coisa que não faria levantar perguntas sobre o porquê de um dia mudar. Consolei-me na comida. Graças ao desporto não engordara tanto, mas engordara. E senti-me ainda mais repugnada com o meu corpo do que sentia antes de o conhecer. 
Mas o ir-me abaixo ajudou-me no outro aspecto que eu quisera mudar em mim mesma. Não era a mesma mentalmente. Talvez os meus amigos sentissem as mudanças de maneira diferente dos meus desconhecidos que queriam tornar-se meus conhecidos. Uni-me mais aos meus amigos e afastei qualquer tentativa de amizade por parte de outros que não conhecia tão bem.
Agora, 1 ano e meio mais tarde, vejo novamente as mudanças. Fisicamente pode-se dizer que emagreci, mas continuo a ter a mesma repugnância pelo meu corpo que tinha no ano passado. Já consigo usar saltos e outras roupas mais femininas, mas faço-o por mim mesma, não a pensar em vingança perante ele, e continuo a preferir as minhas roupas normais para puder esconder aquela parte de mim que se odeia. Mentalmente as coisas mudaram. Mas também se mantiveram. Tive alturas em que precisei de me afastar de tudo e de todos, mas também tive alturas em que me precisei de juntar a tudo e todos. Não bloqueio qualquer tentativa de amizade por desconhecidos, mas meço bem o que digo... E quando as coisas se tornam mais sérias, tomo a decisão de me afastar por mais doloroso que seja para mim.
Faço-o porque preciso dessa distância. Porque um ano e meio depois sei e sinto que, apesar de tudo, ainda o amo.
Apenas espero que não seja para sempre.

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