Perder uma pessoa importante, uma parte de nós, é horrendo... Ainda pior se for para nos proteger.
Quem me dera que aquele volvo nunca tivesse aparecido ou que nós nao estivéssemos lá na hora errada. Que eu não tivesse colocado um pé fora do passeio e ele não me tivesse tirado do caminho. Que neste exacto momento eu não me encontrasse rodeada de beeps. Beeps esses fracos, débeis, lentos e moncordicos. Beeps que provem do coração dele.
Os médicos dão-lhe poucas semanas de vida, horas talvez. Mas eu acredito. Acredito que ele é forte, acredito que não me vai abandonar...
Os beeps tornam-se mais fortes. As minhas preces foram ouvidas. Ele vai voltar. Vai-me abraçar, vai-me dizer que tud não passou de um pesadelo, que está optimo e sempre aqui para mim.
Agora estou rodeada do silêncio. O Beep recomeça. Constante, sem pausas. Fico à espera.
Sinto uma mão no meu ombro. Olho para trás mas nã vejo ninguém. Oiço no meu ouvido um “Nunca te vou esquecer”. E percebo o significado daquele beep... Era... Oiço um bebé a chorar no fundo do corredor.
Lembrei-me... Nunca lhe disse o quanto o amava.
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