sexta-feira, janeiro 20, 2012

6) Carta para um estranho

Querido estranho,


Estás sentado ao meu lado no metro, com um baralho de cartas na mão. Ages como se não tivesses nenhumas preocupações na vida, apenas o baralho na tua mão e os truques que estás a fazer. E não consigo parar de imaginar.
Imagino-te na realidade a sofrer. Sofrer por algo a que realmente dás importância. E que na realidade estas a descarregar a tua raiva nesse pequeno baralho de cartas ao qual tratas com muito carinho como se fosse a tua amada.
Pensei em perguntar-te o porquê de fazeres esses truques, se porque realmente queres ou para refugiares a tua mente. Mas no preciso momento em que ia abrir a boca tu levantaste e sais na estação
Ficou a minha dúvida, e ficará para sempre: Será que apenas ages assim ou és mesmo daqueles que não quer saber da vida?
Foi curta a nossa pequena viagem, mas sei que vou-me lembrar sempre do rapaz com o baralho na mão.

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